Uma coalizão de países desenvolvidos e corporações concordou em uma compra massiva de créditos de carbono da floresta amazônica no valor de US$ 180 milhões, o que foi descrito como o maior da história.
A coalizão LEAF, uma iniciativa lançada em 2021 que busca mobilizar financiamento para a proteção florestal, anunciou o acordo esta semana com o estado brasileiro do Pará.

O estado, que sediará a cúpula do clima COP30 no ano que vem na cidade de Belém, registrou no ano passado a maior taxa de desmatamento da Amazônia no país. Cerca de 170.000 km², uma área do tamanho do Uruguai, foram destruídos.
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Ao anunciar a iniciativa de créditos de carbono em Nova York, o governador do estado do Pará, Helder Barbalho, disse à imprensa internacional que o acordo – que destina parte dos recursos para comunidades indígenas e locais – é “extraordinário”.
“Será a maior venda de créditos de carbono da história”, disse Barbalho em um comunicado. “Sonhamos em tornar as florestas vivas valiosas, transformando o que as florestas mortas precisam em uma realidade onde a floresta ganha valor.”
Fundos para florestas tropicais
Cerca de 30 corporações multinacionais, incluindo Amazon, Bayer, BCG e H&M Group comprarão os créditos do projeto a US$ 15 por tonelada. Os governos do Reino Unido, EUA, Noruega e Coreia do Sul também apoiarão o acordo com garantias de compra, prometendo comprar uma parte dos créditos a US$ 15 por tonelada se nenhum comprador do setor privado for encontrado para eles.
A LEAF espera gerar cerca de 12 milhões de créditos florestais reduzindo o desmatamento no Pará de 2023 a 2026. A coalizão já estabeleceu projetos menores na Costa Rica e em Gana, que venderam créditos a um preço menor de US$ 10 por tonelada.
“A abordagem LEAF representa a melhor, e talvez a última, chance de deter e reverter o desmatamento tropical até 2030, canalizando bilhões em financiamento climático para o Sul Global”, disse Eron Bloomgarden, CEO da Emergent, coordenador da coalizão LEAF.